Vamos dedicar este espaço a contar histórias sobre a iniciação e a vivência templária de Mestre Ygbere.
Hoje, 17 de abril de 2020, comemoramos 37 anos de sua iniciação, sob a tutela espiritual de Mestre Yamunisiddha Arhapiagha, ocasião em que a ele foi outorgado o Quatro Grau e sua cruz iniciática.
Gostaríamos de compartilhar um pouco desta história e de certos acontecimentos ocorridos à época, ao som do lindo oriki (cântico) que pode ser ouvido no vídeo abaixo.
O tempo corria e as oportunidades de aprender surgiam diuturnamente; os ensinamentos do mestre eram providenciais em minha caminhada na Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino. As vivências iniciáticas e mediúnicas possibilitavam o entendimento das mazelas humanas e das verdades do espírito.
Transcorria o ano de 1983 e meu mestre chamou-me e disse que eu receberia a minha Cruz iniciática em data por ele a ser marcada. Quando chegou perto do final de fevereiro, ele marcou o rito para o dia 17/04/1983, mas sempre dizendo que ainda tinha dúvidas, pois eu tinha pouca idade e que ele estaria analisando se iria de fato me me concedê-la até a data firmada…
Naquela época eu já atendia nos ritos públicos com as entidades que até hoje me acobertam, mas especificamente em uma daquelas noites, incorporado do Caboclo 7 Ondas, tive a benção de poder ouvir o Caboclo em uma de suas consultas.
Passava por ele um casal de jovens, a menina tinha por volta de dezesseis anos e o rapaz beirava os dezoito para dezenove anos, chegaram perto do Caboclo muito nervosos e até trêmulos. O Sr. 7 Ondas pediu que eles retirassem as alianças que usavam e mostrou a eles que as mesmas encaixavam perfeitamente uma dentro da outra e com isso começou a sua conversa com o casal. Disse que o bom semeador preparava a terra, tratava-a e depois lançava a semente na esperança de ter uma boa colheita…
Disse ainda que eles deveriam aguardar quinze dias para falar sobre o assunto com os respectivos pais, mas que não ficassem apreensivos ou nervosos pois ele estaria com eles nesse momento.
Os dias passaram e eu esqueci sobre o que tinha ouvido naquela noite.
O Mestre, em um sábado, me pediu para ir à sua casa, pois ele teria de passar uma série de sinais e ensinamentos que se relacionavam ao grau iniciático que eu estava alcançando na época. E assim foi feito: naquele sábado maravilhoso, apreendi muitas coisas e pude adentrar aspectos nunca antes imaginados por mim
Mas o Mestre, no intuito de não ser perturbado, pediu que, se alguém o procurasse, eu deveria dizer que ele não poderia atender, pois os ensinamentos exigiam muito do mesmo e aquele era um momento único.
Para minha surpresa, passado um tempo bate à porta da casa do Mestre os casais de pais — que pertenciam ao templo –, daqueles dois jovens que o Caboclo tinha atendido e eu, então, fui falar com eles. Os pais estavam muito nervosos e chorosos, diziam que tinha acontecido algo muito grave e que eles precisavam falar com o Mestre. Porém, conforme foi-me pedido, eu disse ao casal que não poderia chamá-lo, devido o pedido do mestre de não ser interrompido e que, assim que ele terminasse as atividades daquele momento, eu os avisaria.
Subi ao escritório do Mestre como uma bala, pois lembrei-me da consulta do Caboclo e expliquei tudo a ele. O Mestre disse que seria necessário irmos até a casa do casal, apesar de não saber muito sobre sua localização — sabíamos que era no Bosque da Saúde e fomos assim mesmos. Depois de muito procurarmos, encontramos o local e adentramos à residência com um certo receio de minha parte, pois eu era também muito jovem.
Os dois jovens, quando me viram, ficaram com os olhos arregalados de surpresa, pois não apenas estava presente o Caboclo como também o seu “cavalo”…
Os pais de ambos choravam e o pai da menina lamentava-se da sorte que ele acreditava não ter.
Isso durou um certo tempo e eu, incomodado com tanta falação desnecessária, me perguntava: por que o Mestre não intervia naquela discussão?
Não aguentando mais, pedi ao Mestre permissão para falar e ele prontamente pediu que eu o fizesse.
Perguntei ao jovem casal se, sendo eles um casal espiritualizado, não acreditavam que ao morrer precisariam de amigos do “outro lado da vida” a recebê-los?
Prontamente me responderam que sim.
Perguntei a eles por que seria diferente para os espíritos que estão renascendo o desejo de encontrar amigos aqui no plano para recebê-los também?
Naquele momento fez-se um silêncio e para minha surpresa os casais de pais logo mudaram suas atitudes e começaram a falar que iriam arrumar moradia, emprego e que tudo iria acabar bem…
Quando saímos de lá, o Mestre falou-me que naquele instante tinha acabado de receber a autorização para realizar o meu rito de iniciação, pois estaria fazendo-o para mim em nome do Caboclo 7 Ondas.
Com isso pude ver a seriedade com que deve ser tratada a iniciação e a relação entre mestre e discípulo, tendo o Mestre possibilitado minha atuação naquele momento da vida daquelas pessoas.
Hoje o fruto da semeadura é uma linda moça, que já está casada e eu ganhei mais alguns amigos.
Mestre Ygbere
Mestre de Iniciação da Ordem Iniciática do Tríplice Caminho
20 de abril de 2020 às 15:15
Fiquei emocionada com está história. Chorei!
Que lindo!!!
Passei algumas s vezes em consulta com as entidades que assiste o Mestre Igbere. Mas tive a sorte de ter sua amizade e ter longas conversas com ele. Não tinha ouvido está história.
Anseio pelo retorno das giras para poder conhecer o templo e reencontrar o Mestre Igbere. Um grande abraço 🙏
20 de abril de 2020 às 15:26
Ficamos felizes pelo contato, Stela. É muito gratificante saber de sua reação ao relato de nosso Mestre!
Aranauan!